CULTURA DE MASSA ALIENADA

“Ô abre alas que eu quero passar, ô abre alas que eu quero passar...” Enquanto escrevo estas linhas inofensivas e vós que nada tens de mais importante a fazer do que “curtir” o carnaval, o bundalelê e falar da vida alheia, o nosso estimado, idolatrado e “respeitado” Brasil encontra-se no centro dos holofotes da decadente e tendenciosa mídia nacional, internacional e intergaláctica em decorrência do carnaval, ou a ressaca do mesmo.

Não que eu seja contra o carnaval, afinal, qualquer um que ganhe uma semaninha de folga do trabalho, pra encher a cara, passar a mão na bunda daquela gostosa no meio da folia, curtir suas peraltices e se revelar do avesso em momentos sórdidos e inesquecíveis seja de todo ruim... Afinal vivemos no país da bunda e do futebol! Ou seria o país da pizza e do nariz de palhaço?

Quando se fala sobre o Brasil no mês de fevereiro, tudo é festa, tudo é alegria, tudo é folia... E axé pra lá, oba-oba pra cá, Sapucaí aculá, praia de Margarita pra passear, e muitos “ar’s” que nos fazem esquecer por certo momento que a festa maior acontece lá no planalto central, onde os verdadeiros foliões fazem a festa com o nosso suado dinheiro público que deveria ser gerido com mais atenção e zelo...

Alguém aí se lembra quem foi eleito para presidir o senado mais uma vez? Hã hã? Ou mais importante que isso é saber os motivos do porque o abdômen da rainha da bateria da escola de samba “sei lá o que” estava flácido demais e fora de forma? Alguém aí ainda está preocupado com a qualidade dos serviços públicos básicos? Ou os motivos pelo Papa bunda mole ter pedido arrego e cair fora do trono de senhor mor da igreja católica é realmente mais relevante para as nossas vidas?

Enquanto isso como fica a nossa política? “Ah! Mas a justiça foi feita, os mensaleiros foram condenados e blá blá blá..” É pra rir ou chorar? Sinceramente, vou bem ali à latrina vomitar um pouco e tentar recuperar o fôlego porque viver “imerso” nessa cultura de massa, alienada, que supervaloriza a superficialidade e tira o foco do que realmente deve ser dada atenção está enchendo minhas bolas de ojeriza. Eu prefiro cutucar a ferida e passar sal com pimenta no olho do c* de quem precisa e merece, do que ficar sentado, com o nariz vermelho vendo a caravana passar (a mão no nosso bolso) sem ao menos dizer “obrigado”.

* Victor Matheus