“No
final, bunda cai, peito cai, e o que fica é o coração e o amor”
Todo
mundo nasce, todo mundo cresce, todo mundo come, todo mundo dorme,
todo mundo morre... Infelizmente, a cada dia, mais e mais pessoas se
esquecem que do avesso, das tripas ao fio de cabelo, somos todos
iguais, que diante da imensidão desse universo, somos um minúsculo
grão de areia, provavelmente pó de estrela, escremento de
dinossauro reciclado que anda e fala, as vezes asneiras, mas fala e
pensa, as vezes besteira, mas pensa e acha, acha que é o centro do
universo.
A
beleza de ser não está apenas num sorriso maquiado com quilos de
corretivo facial, ensaiado no espelho do banheiro do trabalho para
aquela foto sensacional e super modernosa cheia de legendas com #...
Ou as vezes num lugar super bacana, durante aquela férias de
carnaval, de fim de ano, ou do intercâmbio do curso de inglês, a
fim de mostrar para todo mundo como a vida é bela, como é bom ser
lindo e super pop, e que futilidades como biquinhos, caras e bocas,
etcéteras e tal, determina o quão popular e relevante a pessoa é
para... Ela mesma! Acha que o centro do universo é seu mundinho
super bacana, mas esquece do principal: Ser você mesmo, sem filtros,
sem frescura, e não se importar apenas em parecer legal...
Não
há nada de errado em querer compartilhar momentos legais da sua vida
em redes sociais, afinal, a intenção delas é essa mesmo, aproximar
as pessoas, e eu mesmo sou um adepto delas, mas há muita gente por
aí que usa este universo virtual para cometer verdadeiros
sacrilégios visuais que beiram o ridículo, simplesmente porque é
forçado, é falso, é escroto, é totalmente não condizente com a
sua realidade, que só engana a sí mesmo. Que mundo é esse que
estamos vivendo? A vida é mesmo esse mar de rosas que vemos nas
redes sociais todos os dias?
As
pessoas, na ânsia de auto masturbar seus egos, esquecem de abrir sua
visão para o mundo real, e enxergar há poucos metros a sua frente
as imperfeições da vida, que também tem sua beleza e nos ensina
muito mais... Esquecem que alimentam um ciclo vicioso onde o ego e a
futilidade norteiam seus passos, acabando por perder muito tempo
habitando nesse sistema egocêntrico e superficial de promoção da
auto imagem “feliz” e viver realmente a vida em sua plenitude.
Infelizmente
nossa sociedade está, a cada dia mais, valorizando apenas a imagem,
as aparências, alimentando uma mentira que desvia o foco de nossas
mentes para o que devemos de verdade dar atenção... Enquanto
alimentamos esse ciclo de ilusões, condicionamos cada vez mais nossa
existência a mediocridade e nos tornamos seres tão insignificantes
como as baratas do ralo do banheiro. Lembre-se: “No
final, bunda cai, peito cai, e o que fica é o coração e o amor”.
Que tal (re) começar a viver no mundo real verdadeiramente agora?
* Victor Matheus