O
mundo vai acabar! Pelo menos é o que dizem as principais manchetes
sensacionalistas que temos visto circulando pela mídia. O mundo vai acabar e todos
morrerão. Pelo menos é o que dizem os “especialistas” do apocalipse. O mundo
vai acabar em chamas! Vai acabar com um cometa que se chocará com a terra! Vai
acabar em guerra por petróleo! Vai acabar no dia da final da copa do mundo!. É verdade,
vai acabar mesmo, e pode ser como uma das descrições acima citadas ou
completamente diferente do que imaginamos, mas prefiro acreditar que antes do
fato consumado e decretado, não estaremos aqui, por hora prefiro acreditar
assim.
Vivemos
numa sociedade que oprime o livre arbítrio, nos condicionando a acreditar em
verdades arquitetadas para instalar o medo, a insegurança, e pior, provocar o
caos. Faz parte da natureza humana, mergulhar no universo obscuro que habitam
as idéias apocalípticas, bastamos parar um pouco e retroceder em nossa história
e confirmar o que devaneio nestas linhas. Genocídio, guerras, mais guerras,
outras guerras. Conflitos ideológicos, religiosos, econômicos, filosóficos... Um
verdadeiro caos apocalíptico, não é? Penso
que o principal alimento da desordem é o medo, mas também um meio catalisador
de possíveis mudanças reais na consciência coletiva, para melhor.
Podemos
sim, estar à porta de um grande evento que poderá mudar os rumos da nossa
humanidade, ou simplesmente nada acontecerá e seguiremos nossas medíocres vidas
acreditando no próximo dia do juízo final. Pode ser que o sol acorde no místico
dia 21 de dezembro de mau humor e nos encha de toda sua fúria através de
explosões solares que destruirão nossos satélites, interromperá nossas
comunicações e quem sabe até extermine de vez qualquer tipo de vida existente
aqui. Talvez retrocedam a idade das trevas e a anarquia seja instaurada, mas
quem somos nós para termos certeza disso tudo? Acreditar na ciência? No divino?
Deixar que sigam manipulando nosso livre arbítrio?
Antes
que o mundo acabe, prefiro não perder tempo, muito menos meu sono pensando em
prováveis finais catastróficos para a nossa raça e nosso planeta. Vou arrumar
as malas, colocar minha filha no colo, pegar minha esposa pelo braço e devorar
esse mundo ainda belo que está aí para ser consumido. Vou correr pelado na
avenida sem medo de ser feliz, tomar banho de chuva com a melhor roupa do meu
armário, me empanturrar de sushi, pizza, calzones e boas heinekens geladas,
abraçar meus pais, amigos e dizer-lhes olhando nos seus olhos o quanto os amo e
o quanto sou feliz por ter a dádiva de poder ter vivido ao seu lado.
Antes
que o mundo acabe, não ficarei aqui me lamentando ou deixando a vida passar na
minha frente e assisti-la de camarote, vou viver todos os dias que me é de
direito, sendo feliz, fazendo o que gosto, compartilhando luz e amor. Se o
mundo acabar, quem sabe eu tenha uma nova chance do outro lado dessa linha. Prefiro
acreditar que seja assim, a me perder nessa ilusão que serve apenas para
complicar nossa rotina... por isso lhe pergunto agora: o que pretende fazer
antes do dia final? Vai esperar que tudo se exploda para depois pensar? Ou decidirá
começar a viver e ser feliz a partir de agora?
* Victor Matheus