ONDE ESTÁ A FELICIDADE?

Certo tempo atrás, já citei aqui nestas mesmas linhas uma frase muito significativa que uso no meu dia a dia: “ser feliz sem motivo, é a mais autêntica forma de felicidade”. Hoje me pergunto de novo se realmente o mantra citado têm significado justo e verdadeiro. A resposta é sim.


Esta semana que chega ao fim estará marcada profundamente na minha existência, por motivos bons e ruins. O começo de mais uma jornada de trabalho exaustivo mas recompensador. Novas metas estabelecidas. Objetivos reafirmados. Trabalho, mais trabalho, e tudo caminhando bem, até que três dias atrás soube do falecimento de mais um amigo, alias, amiga dos tempos de adolescência, que mesmo não sendo tão próximo ao meu convívio me causou perplexidade, tristeza e muita dor. 



Fiquei devastado com a notícia da ausência física neste mundo de mais um ser humano aparentemente de bem com a vida, por motivos que não sei ao certo e não procuro saber por respeito a sua memória. Um sentimento de revolta, misturado a indignação e angustia tomou conta de mim. É chocante acordar com um novo dia, se encher de esperança e de vontade de viver e saber “na tora” que um ente querido faleceu. Ainda não me acostumei com a ideia de morte, ainda mais a prematura como foi o caso desta vez... Então eu me pergunto novamente onde está a felicidade? Estaria a tal nas coisas materiais? No sucesso pessoal? Numa relação afetiva? Num momento gastronômico ou simplesmente nenhum desses motivos? Apenas estar vivo, se sentir vivo, e respirar o ar, ainda que não puro, desse mundo e pensar como somos privilegiados por ter a dádiva de caminhar neste planeta? Sinceramente, neste instante que escrevo não sei responder.



Me entristece, me causa dor, mais que uma ponta de faca no coração, fatos assim que acontecem em nossa vida. Transbordam perguntas, e faltam respostas pra compreender porque um ser humano resolve dar cabo de sua vida... Eu já tive meus momentos ruins, minhas dores, vontade de desistir da vida, até pensar em por fim a ela nos tempos escuros que passei na minha infância e adolescência, mas no fim do túnel, sempre havia uma luz, uma voz dentro do meu peito dizendo para seguir em frente, que logo a frente o melhor estava por vir. A natureza nos mostra todo dia que devemos persistir mesmo com os tropeços, porque sempre , sempre mesmo, depois da tempestade vem o arco íris. A felicidade está nos detalhes, no beija flor que beija a flor, no sorriso de uma criança feliz se lambuzando com sorvete, no abraço quente da nossa mãe ao final de um dia cansativo de trabalho, e acima de tudo, dentro de nós mesmos. O universo de dentro da gente é maior que o universo de fora, sendo assim, temos mais a celebrar pela vida do que a ausência dela. Seguimos em frente, apesar dos tropeços.


* Victor Matheus

DE VOLTA PARA CASA



Tem dias que a fonte seca. Falta inspiração para colar no papel nossos pensamentos. Simplesmente apertamos com força o peito para ver se escorre entre as mãos algum tipo de sentimento válido de compartilhar com o mundo, mas nada sai. Dias assim são como o silêncio... Calmos, vagarosos, mas ainda sim interessantes. Há beleza até na ausência de cor no foco dos olhos.

Suspeito que a razão de tal apatia literária seja causada pela saudade, pela ausência da presença física ao nosso lado de quem amamos, de nosso porto seguro, de nossa estrela guia, de nossa luz, a parte mais importante de nossa vida, o motivo por querermos evoluir e buscar o amanhã, de quem não está presente por questões alheias a nossa vontade... A saudade tem esses efeitos colaterais, nos deixa simplesmente sem tesão para muitas coisas da vida, principalmente as materiais, em compensação nos transporta a um estado de nostalgia e letargia... Olhamos para o passado, reafirmamos o sentimento e buscamos desesperadamente o futuro... Queremos o dia de amanhã mais que os números da loteria, mais que o diploma da faculdade, mais que o salário na conta bancária e o próximo gole de bebida... Só nos interessa estar ao lado de quem nos completa, da pessoa que sem precisar fazer nada já imprimi em nossa face um belo, largo, brilhante e sincero sorriso.

Tenho vivido dias assim. Dias de sentir o peito apertado, um espaço vazio clamando para ser preenchido rapidamente com abraços, beijos, afagos e cama... Abraço desesperadamente fotos, poemas, na esperança de trazer para perto aquela que tanto me completa... Sinto a sua presença na brisa do vento de fim de tarde, no cheiro do lençol onde foi sepultada sua fragrância natural antes da partida de volta para seu ninho natal... Por causa da saudade perdemos um pouco do foco para hábitos simples do dia a dia... Deixamos a barba por fazer, aquela caminhada à noite para cuidar da saúde, atravessamos noites mal dormidas com o pensamento inquieto e o coração suspirando carência, o recolhimento para um casulo de silêncio auto imposto... Até a chegada do dia do próximo encontro.

Então mudamos radicalmente. O tempo, que antes era contado por semanas, agora se tornam dias, e quanto mais próximo do novo encontro, horas e minutos. Aparamos o cabelo, fazemos a barba, compramos roupas novas, levantamos pesos para tonificar os músculos, compramos presentes e nos transbordamos de ansiedade. A vida retorna a sua leveza. Buscamos nas gavetas da memória os momentos e motivos pelos quais a euforia nos contamina outra vez... Não há nada mais gostoso que reencontrar seu grande amor no saguão de um aeroporto depois de semanas de exílio contra a nossa vontade... Planejamos e calculamos repetidamente os primeiros atos do encontro, mesmo sabendo que nossa reação, ao pousar nossos olhos novamente no sorriso daquela que nos completa, será tão arrebatador quanto foi da primeira e de todas as outras vezes que aconteceram... Simplesmente toda a insegurança, ansiedade, carência e desespero se exterminam. Reencontrar seu grande amor te coloca de novo nos trilhos da paz interior...

Repousar novamente nos braços do grande amor é voltar pra casa... Como um filho que passou as férias longe do lar, e busca insanamente o calor do colo dos pais, os brinquedos, o quarto, a rotina de escola, as travessuras... Simplesmente voltar ao embalo dos pedaços simples de felicidade espalhados ao nosso redor. Retornar aos braços da amada, nos deixa leves novamente, nos fortalece, e poe diante de nós, despido de qualquer sentimento impuro, as razões que realmente importam, que nos fazem suportar qualquer provação para vivermos ao lado de quem a vida elegeu para nos completar. Não há nada mais real na vida do que o amor pleno e sua recíproca, o único capaz de mudar o mundo dos sonhos e o mundo real, o universo de dentro da gente, e dar direção para nossos passos. Estou voltando pra casa outra vez.

* Victor Matheus

NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS


"Nunca desista dos seus sonhos". Um dia eu ouvi essa frase como resposta de Charles Gavin (Titãs) a minha pergunta sobre como chegar ao sucesso. Tenho 26 anos vividos intensamente, e hoje vivo o melhor momento da minha ainda breve vida. Acredite, tenho muitos motivos para comemorar! Tive e ainda tenho vários sonhos na minha vida, e uma das minhas "frustações", até ontem a noite (1/6/12), era nunca ter ganhado nenhum prêmio como escritor e poeta ou mesmo ser reconhecido como tal... Não sei, talvez eu não acreditasse no meu talento, talvez não acreditasse tanto no poder das palavras, apesar de compartilhar sempre esse mantra... talvez tivesse apenas medo mesmo de expor minhas emoções para julgamento e opinião pública... Mas foi meu irmãoRodrigo Mebs o propulsor dessa loucura toda! Por sua causa Mebs, eu superei meu medo, fui convencido e inscrevi 3 poemas despretensiosos, não os melhores que acredito ter escrito, mas ainda sim poemas sinceros... Não achava que na primeira tentativa de participação num concurso de poesia classificasse um texto, mas para minha surpresa fui um dos eleitos para concorrer aos prêmios... Então veio aquele choque! Nossa, que sensação maravilhosa poder subir no palco e defender teus sentimentos, mesmo que os versos escritos tempos atrás sejam amargos, como de fato o poema DESAPEGO escancara! Mas ah!! a vida é assim mesmo, feita de sabores e dissabores... Estamos aqui para consumi-la até o último gole! E fizemos a interpretação do nosso jeito, sendo fiel aquilo que acreditamos... não somos atores e diretores profissionais, mas fazemos com amor e sentimento aquilo que nos move e alimenta nossa amizade... E ao ouvir meu nome, do meu amigo Rodrigo e o nome do meu poema sendo escolhido como vencedor do 2º prêmio de interpretação, um raio solar invadiu meu corpo da cabeça aos pés... uma sensação indescritível de felicidade tomou conta de mim! um prêmio de poesia? com meu irmão Mebs? incrível!!! Mais incrível ainda de ter por perto meus pais assistindo aquele momento, meus amigosJuliana Coelho, Edgar Borges, Zanny Adairalba, Adilia Quintelas,Roberto Mebs de Santana, Isabelinha Quintelas, e tantos outros que me falta a memória agora... Subir ao palco e receber aquele prêmio significou pra mim muita coisa! um filme passou em minha cabeça, recordar minha jornada até aquele ponto... é real! é real!!! Mais um sonho realizado! Mais um momento incrível para guardar na memória, para olhar no futuro para o meu passado e ver que vale a pena tudo quando a alma não é pequena, não é verdade? Sou mesmo um cara de sorte por estar num lugar abençoado, com amigos incríveis, com um grande amor cultivado no peito, por ter uma linda e incrível mulher ao meu lado (amo você Paula Graziela Souto Marini, minha vida, minha luz) ter pais maravilhosos que sempre estão dispostos a apoiar minhas loucuras artísticas, e por estar onde estou nesse exato momento escrevendo e descrevendo essa experiência. Eu adoro a minha vida! Adoro a minha vida, porque, afinal, a vida é life não?