CULTIVE O AMOR


Pare e pense por alguns segundos: Qual foi a última vez que você deitou na grama e contemplou um céu estrelado? Aliás, você já fez isso alguma vez na vida? Agora pense por mais alguns segundos: E quando foi a última vez que você acordou com o sol nascendo, sentado confortavelmente numa cadeira de balanço, ouvindo atentamente o canto dos pássaros, o sabor do vento, e o calor do sol aquecendo sua alma?

Vivemos num mundo atual de tanto egoísmo, que esquecemos muitas vezes da beleza do universo ao nosso redor. Falamos línguas diferentes, nos isolamos atrás de computadores, pagers, celulares chegando ao ponto que cartas, bilhetes e telegramas se tornaram coisa do tempo da vovó, o que não é nem de longe muito tempo assim. Então eu me pergunto qual o real sentido dessa ilusão? Vivemos realmente na matrix ou acabamos nos condicionando a esse mundo artificial onde damos mais valor ao numero de comentários em nosso facebook, de twitters e afins ou apenas ao que realmente importa em nossa vida, as relações afetivas, os sentimentos cultivados, a comunhão com o próximo?

Quando esse panorama desenhado nos revela um futuro pessimista, eis que me vem na lembrança uma canção que escrevi há algum tempo. O refrão “cultive o amor, cultive amor, só amor” me fez lembrar outra vez que não importa o quão distante estamos do mundo real e ideal, das pessoas, das línguas, dos costumes, pois quanto temos música, falamos no mesmo tom. Percebi que nosso esperanto são as notas, os acordes. É quando verdadeiramente nos dividimos com o próximo, quando cultivamos os mais nobres sentimentos, e quando nos esquecemos do material, do egoísmo, e de toda e qualquer semente que não seja importante para nosso crescimento pessoal.

Por mais que tudo pareça ruim, que as lutas pareçam perdidas, que falte a força para o próximo passo, e que o medo em arriscar persista em nosso pensamento, não devemos jamais desistir de cultivar os verdadeiros sentimentos em nossa vida, e o primeiro deles, o amor, é a porta para todas as possibilidades que temos logo a frente. Quando há amor no que fazemos, nos conectamos com o universo de forma profunda e intensa, e percebemos que somos partes de um todo maior, capaz de transformar lágrimas em sorriso, escuridão em luz, por isso cultive o amor, cultive amor, só amor.

* Victor Matheus