QUANDO A BANANA COME O MACACO

O sol brilha forte por esses dias em nossa cidade. Um calor quase insuportável repousa e consome vorazmente nossas energias, deixando alguns de mau humor, outros em estafa, e outros pior ainda, sem vontade de fazer nada. Estranhamente, ou não, no meio desse caos metereológico digno de um ambiente desértico, chuvas intensas são despejadas do céu para aliviar nosso sofrimento climático. E o que sobra depois de tudo isso? 

Se pararmos para ver o mundo ao nosso redor, na montanha russa desses dias inconstantes de calor e chuva, podemos perceber muita beleza e também muito de ruim por onde passamos. Se por um lado, após as chuvas fortes que beijam nossa cidade, um belo arco íris surge no horizonte, as flores desabrocham mais belas com folhas verdes intensas, o clima mais agradável e as pessoas mais sorridentes, do outro, o que sobra é ruas esburacadas, água acumulada em grande poças sujas, lixo entupindo esgoto e muitas outras feridas expostas pelo excesso de água vindo de nosso céu. 

Amo esta cidade que me acolheu ainda pequeno, e a cada dia que passa, vejo como ela está crescendo e se estruturando, mas ao mesmo tempo em que o progresso chega por aqui, muitos acabam esquecidos. É só observar ao nosso redor. Enquanto do lado “rico” da cidade, com suas casas monumentais, praças “bem cuidadas”, iluminação pública eficiente e segurança relativamente estável, do lado oposto, o caos está verdadeiramente instalado. Pergunto-me como é possível sobreviver nesses tempos inconstantes do clima em locais aonde os serviços básicos e direito de nós, cidadãos, mal chega a nossa população? 

Não sou profundo conhecedor de política pública, mas exerço meu direito de cidadão em cobrar mais igualdade entre todos. Faço minha parte, pago meus tributos, exerço o respeito ao próximo e defendo os princípios universais de amor como a única revolução verdadeira. Não fecho os olhos para as mazelas, e na minha simplicidade como um ser comum, sem poder algum, senão de usar as palavras e espaços como esses para compartilhar com outros interessados em mudar o mundo ao nosso redor, convoco aqueles que desejam ver um mundo melhor para as próximas gerações, em começar a lutar desde já para as mudanças reais que sonhamos. 

Parece repetitivo, mas é sempre bom lembrar, estamos num ano de transformações, de mudança do quadro político de nossa cidade, então já passou da hora de refletirmos o que queremos para nós e para o próximo. Pensar com menos egoísmo e interesse próprio e passar a ver o mundo de forma mais ampla e conectada é um bom caminho para começar a mudança que realmente todos querem. Pode parecer utópico, e realmente deve ser mesmo, mas eu tenho fé que se a gente começar a mudar o mundo de dentro da gente, nossas atitudes, podemos ser capazes de mudar tudo ao nosso redor, e que depois de um dia de chuva, não vejamos mais coisas ruins, apenas um belo arco íris no horizonte e as crianças felizes brincando na rua... Então, fica a reflexão disso tudo: Quando a banana come o macaco nessa história? Pense...

* Victor Matheus