VELANDO O PRÓPRIO UMBIGO

Os tempos de agora são diferentes. O centro do universo da vida das pessoas gira em torno de assuntos realmente importantes, relevantes que podem definir o futuro social e do bem estar comum nos próximos anos, mas infelizmente levados pouco a sério pela maioria dos atores dessa trágica comédia da vida real. O egoísmo e a ganância anda controlando a mente de muitos. Nunca enxerguei tanta falsidade nos olhos das pessoas, que se vestem em pele de cordeiro e acreditam fervorosamente que apenas palavras bonitas, um tapinha nas costas e um sorriso amarelo vão me convencer de algo. Sim! Eu odeio política! Me dá asco! 

Que fique claro: Odeio política partidária! Essa balela que nos acompanha todos os biênios, com promessas ilusórias, falsidade compulsória e descarada, essa gente que mal sabe ler uma frase na TV mas acredita fielmente que tem capacidade de resolver nossos problemas... Até posso queimar minha língua, mas duvido que isso aconteça! Na real? Essa gente quer mesmo é a folga de quatro anos mamando nas tetas do poder público, usando, abusando e queimando nosso suado dinheiro comum resgatado em impostos para seus interesses próprios. Não posso generalizar, mas nunca na minha vida boto a mão no fogo por nenhum político, nenhuma farinha podre desse saco! 

Não existe gente boa na política do Brasil, os fatos, a história comprovam, e não me venha com essa história que esse ou aquele é diferente dos outros. Quer saber quem são os homens? Dê poder a eles... E pior, aqueles que buscam a transparência e o caminho reto dentro da política acabam corrompidos pelo próprio sistema ou excluído das panelas sangue sugas que escoam nossas reservas financeiras públicas para o próprio bolso. É fato. Estou errado? Me prove o contrário... Estou aberto para o debate, e quando vem algum candidato bater no meu ombro e pedindo meu voto pela “nossa amizade”, porque “pode fazer muito pela cultura” ou mesmo “se precisar dá um jeito de ajudar” não me convence mesmo! Eu dou atenção, indago, pergunto sobre as propostas, os eixos temáticos, os planos de trabalho e aí o desastre se instala: Começam a gaguejar, não respondem nada com nada de concreto e o pior, fogem com o rabo entre as pernas. Uma vergonha! 

Enquanto isso nós, cidadãos comuns sofremos. Nossa cidade está cheia de ruas esburacas, postos de saúde com falta de remédio para os pacientes e até médicos e enfermeiros para atender a população, demissões em massa, atraso de salários, um caos! Mercados públicos que mais parecem um depósito de lixo orgânico. Praças públicas sem cuidados, falta de iluminação, segurança e calçadas conservadas para as práticas esportivas... E isso só pra comentar os problemas mais gritantes... Nossa cidade realmente está enferma e precisa urgentemente sair desse estado de coma. Precisa respirar de novo... O efeito borboleta da corrupção atinge seu ápice e quem paga e muito caro somos todos nós que vivemos aqui nesse oásis (mal tratado) acima da linha do equador, mas infelizmente a maioria não dá valor a isso. 

Sonho um dia que essas promessas de campanha não fiquem só na TV, que realmente a mudança real aconteça, que as pessoas que representem o povo se preocupem mais em executar as ações e propostas que os levaram a ocupar os cargos públicos e que acima de tudo, tomem vergonha na cara e respeitem aqueles que acreditam na sua palavra.. Essa utopia ainda ecoará por muito tempo, mas precisamos plantar as sementes, mudar o mundo da gente e fazer o que estiver ao nosso alcance para amenizar as mazelas da nossa querida cidade que não aguenta mais ficar em coma. Ainda há muita jornada pela frente, poucas linhas para comentar sobre o assunto mas um sentimento imenso de mudança sendo compartilhado nestas poucas linhas. 

Precisamos acreditar em dias melhores. Depende de nós dar o primeiro passo, dando um basta a esse lixo sangue suga que corrompe os sonhos, ideias e a vontade comum de fazer daqui um lugar melhor. Faça sua parte, e pense no comum. Quem vela o próprio umbigo acaba tropeçando, cedo ou tarde... Não queira fazer parte dessa tragédia também. 

*Victor Matheus