“Viver
é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.”
– Oscar Wilde
O
mundo anda mesmo do avesso. Impressiona-me por demais ver pessoas a
cada dia deixando a vida passar despercebida e sem graça por se
apegarem a dogmas, leis arcaicas e devoção exagerada por religiões
e redutores de celulite... Se prendem ao futuro, a expectativa do que
está por vir, a promessas “divinas” e deixam de viver o agora e
realmente gozar de fato e de direito tudo que temos pela dádiva de
caminharmos nesse planeta.
Sou
descrente há bastante tempo de tudo que envolva devoção. Em vários
aspectos. Não importa se a lobotomização cognitiva é direcionada
para a fé, para o futebol, para a política, a violência, ou
qualquer aspecto que limite a mente humana, ao ser humano em si, a
buscar o seu conforto material e espiritual... De uns tempos pra cá,
minha ojeriza aos dogmas extremistas, principalmente os religiosos,
transbordaram, e decretei por definitivo, para mim mesmo, que igreja,
seja ela qual for, é apenas mais um ambiente para alienar o homem.
Nossa fé não diz direito a ninguém, portanto ninguém pode nos
dizer como e por onde cultivá-la. Eu vou pro céu, pra luz, pro
paraíso, para as estrelas e nenhum pastor, padre, guru, ou espírito
tem o direito ou poder de julgar se vou ou não. Meu coração diz
isso e nada mudará.
Sempre
deixei claro que sou fervorosamente a favor do livre arbítrio, mas
nem por isso não creio em Deus, apesar de que o meu Deus muito se
difere dos fanáticos que vemos aos montes por aí... A fé está
dentro de nós, e nossa relação com o divino cabe somente a nós
julgar se é certa, sadia e sincera... Deus no deu a consciência
para fazermos nossas escolhas e não serão mandamentos, versículos,
parábolas que vão me convencer do oposto.
Infelizmente
nem todas as pessoas tem a sensibilidade de perceber que a vida é
muito mais que se expor para a sociedade uma vida “ilusória”,
tipo comercial de margarina. Está além, muito além de atitudes,
frases bonitinhas em redes sociais... Se encontra dentro de nós...
Quando as pessoas deixam de viver o presente, na expectativa de
sempre colocar suas mentes no futuro, aguardando as promessas
“divinas” e renegam seu passado “pecador”, esquecem que o
maior presente de Deus não está no futuro, muito menos no que ficou
para trás, mas sim no agora. Enquanto uns deixam de viver o agora,
presos a dogmas arcaicos que fazem parte de uma sociedade de milênios
atrás, a vida passa, e talvez seja tarde demais para perceberem que
o agora é a única certeza, divina e real que temos, do contrário,
por que razão chegamos até aqui?
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Victor Matheus