O MELHOR ANO DE NOSSAS VIDAS

Chegamos ao final de mais um ano, mas não de qualquer ano. Estou falando do melhor ano de nossas vidas, 2012. A grande maioria acreditou que seria o útlimo dessa vida como conhecemos, o fim do mundo, o apocalipse, o juízo final, a abertura da caixa de Pandora, a ejeção de massa coronal do sol que aniquilaria a humanidade, a colisão do planeta X, ou planeta nibiru com o planeta terra, a anã vermelha misteriosa que limparia do sistema solar a raça humana... e tudo aconteceria no dia do meu aniversário, 21 de dezembro de 2012. Felizmente aqui estou novamente nestas linhas, o mundo não acabou e continuamos vivos, com saúde, e muita luz para compartilhar.

Dois mil e doze foi um ano que mudou profundamente minha concepção sobre muitos valores da vida. Mudei de lado, passando de filho para pai de uma linda menina que está muito próxima de andar neste mundo. Descobri, ou talvez tenha redescoberto emoções há muito tempo suprimidas no meu inconsciente. Percebi a beleza da vida em sua maior plenitude, e aprendi duramente que não é fácil ser responsável por uma nova vida, uma família que construi inesperadamente, mas que foi muito bem vinda, mudando pra melhor o sentido da minha jornada neste mundo.

Aprendi a compartilhar mais, ser menos egoísta, e enxergar a vida como um grande e interligado organismo de relações, atitudes, tato, olfato, pensamentos, sonhos, objetivos e emoções... Aprendi que muito mais que viver apenas respirando, precisamos entender que para se estar vivo não basta apenas isso, mas querer muito mais da vida, extrair dela tudo que pudermos no tempo que tempos neste mundo, pois não sabemos o dia de amanhã, e muito menos o que virá no próximo minuto.

Talvez nossa vida acabe num copo de wisky, como dizia Raul, talvez sejamos arrebatados como afirma o livro bíblico do Apocalipse, talvez nosso coração simplesmente pare de bater quando estivermos dormindo, ou talvez viveremos para sempre, pelo menos na memória daqueles que nos amam... Não sabemos ao certo, por isso não temos tempo a perder com pequenos tropeços que possam desviar o sentido de nossos passos.

A maior lição que tiro deste ano não precisa de palavras para ser descrita, e mesmo se houver não saberia quais as certas para expressar nestas linhas, porém, uma única palavra pode condensar o maior aprendizado que tive ao longo do ano, e que me fez renascer novamente para a vida como um novo homem mais seguro do que quer para seu futuro. Esta única palavra tem o poder de transformar tudo, aboslutamente tudo, se for usada com o coração, e por isso não me canso e nunca cansarei de compartilhá-la.... A palavra é AMOR! Porque quando se coloca amor em tudo que fazemos, Deus, os anjos, Gaya, independente do credo, seja lá quem nos guia e nos protege do mal, intercederá por nós e nos ajudará a superar qualquer obstáculo que porventura venha surgir em nosso caminho, e nos dará conforto nos momentos tristes, e nos transbordará de alegria em nossas conquistas e vitórias.

Chegamos ao final do melhor ano de nossas vidas, querendo mais da vida a cada dia, e mentalizando que o próximo seja melhor que esse, e que o próximo também, e assim por diante, até o infinito, até onde a luz alcançar e nossas palavras chegarem cheias de esperança, de luz e AMOR.

Feliz 2013. O melhor ano de nossas vidas.

* Victor Matheus

QUERO SABER BEM MAIS QUE MEUS VINTE E POUCOS ANOS

Hoje completo 27 anos de vida, e diga-se de passagem, 27 ciclos bem vividos intensamente consumindo essa vida até a última ponta com tudo que me é de direito. Quando olho para as páginas viradas do meu passado, uma erupção vulcânia de emoções explode no meu peito e não disfarço um sorriso.

Tive meus tropeços, meus revés, meus desabores, minhas frustações, minhas decepções como qualquer outra pessoa normal que pisa neste mundo... Mas tive muito mais a celebrar da vida e comemorar até agora. Torto ou reto, me tornei o que sou hoje, e no fim das contas, tem valido a pena a jornada para conquistar meus sonhos em vidae deixar minha marca na historia do tempo.

Nasci no ano que o Brasil deixou de ser uma ditadura militar e Cazuza cantou no Rock in Rio “Pro dia nascer feliz”... Em 87 já ensaiava em frente as câmeras, juntamente de meu pai, os primeiros acordes e cantorias... Vi a primeira copa do mundo sabendo o que é ser humano neste universo em 90, e nunca entendi a tristeza de todos pelo Brasil ter perdido, pra mim era só mais um jogo de futebol, mas vibrei como um louco quando conquistamos o Tetra em 94. Tinha a cabeça raspada igual do Ronaldinho e já era fã de ACDC e Black Sabbath.

Quando busco na memória a primeira lembrança de minha infância, ainda morando em Porto Alegre, me vêm imediatamente 3 momentos marcantes: Uma viagem de trem a Santa Maria -RS que fiz com meus pais na época de natal, aos 2 anos de idade, a ida, em pleno inverno gaúcho, agasalhado com blusão de lã, ao pequeno circo instalado na praça do bairro onde morava, e o dia que andando de bicicleta com rodinhas, caí na vala e fiquei todo coberto de … bem, imagine você uma criança de 3 anos ensopada de esgoto entrando na casa e sua mãe desesperada aos berros tentando compreender o que estava acontecendo... inesquecível e nojento! (risos) Durante minha jornada ainda contabilizei dois braços quebrados, uma hepatite que quase me ceifou a vida, 3 dengues, algumas infecções, disenterias, 4 dentes extraídos e 11 tatuagens.

Ja em Boa Vista, em 90, assisti pela primeira vez um filme no cinema, levado pelo meu pai, no Cine Roraima, localizado na Avenida Jaime Brasil (hoje sede de lojas comerciais) o filme “Gaucho Negro”, estrelado por Xuxa Menegel e Gaúcho da Fronteira. As poltronas daquele cinema hoje fazem parte das ruinas do Teatro Carlos Gomes, o mesmo que anos depois me recebeu para fazer shows com bandas de rock, sendo um desses especial e marcante em minha vida, quando, em 2003 realizei com a banda Papa Velhas – formada por amigos de escola – o Tributo ao Mamonas Assassinas. Nascia naquela experiência em 90 uma paixão insana pela sétima arte, que juntamente com a música que desde sempre fez parte do meu DNA, e a escrita que hoje me traz a estas linhas, moldou minha vida para ser o que sou hoje.

Durante a infância fui uma criança assumidamente estranha e introspectiva, pois não entendia certas coisas do mundo e porque havia tanta coisa de ruim... Perdi as contas de quantos animais de estimação tive, entre papagaios, periquitos australianos, cachorros, mata matás, e ramisters, sendo o mais especial deles meu porquinho Chico, um porco mestiço que ganhei de presente e tratava com muito amor e carinho, até que no natal de 93 meu pai e meus tios o mataram para a ceia de natal. Depois disso nunca mais comi porco e odiei papai noel! O bom velinho virou meu inimigo numero 1. Por causa dele perdi o Chico e minha inocência também. Minha revolta foi menor quando descobri que coelho da páscoa não põe ovo, e que nunca ganharia o prêmio máximo ao completar o álbum dos cavaleiros do zodíaco.

Atravessei a adolescência de forma tortuosa, até compreender que a vida não é conto de fadas que lia nos livros. Descobri a malícia do mundo, e como as pessoas podem ser egoístas e ruins. Aí veio o de sempre: primeiro beijo, primeira namorada, primeira transa, primeiro trago, primeira dor de cotovelo e por aí se foi, como todo seriado de malhação, paixões, intrigas e tristezas... Foi neste período que o rock n'roll me salvou pra sempre! Abandonei os cabelos compridos de jovem rebelde, a velha camisa verde do Che Guevara, calça jeans rasgada, o all star cano longo que não vendia em Boa Vista e resolvi me reinventar. Resolvi ser uma “pessoa normal”. Entrar pra academia, tratar das espinhas, usar gel no cabelo, ir nas festinhas descoladas, dar uns pegas nas patricinhas da cidade e me encaixar nos padrões medíocres da sociedade local.

Chegando a maior idade dos 21 anos, percebi que essa vida de “fachada” nunca foi pra mim... Recomecei tudo de novo e abracei a música por definitivo. Larguei estudos e resolvi arriscar de novo. Não estava mais satisfeito em apenas tocar minha guitarra e escrever versos, eu queria cantá-los pela minh voz. Nascia a Veludo Branco. Foi duro no começo, ainda mais para mim, uma pessoa que sempre teve medo de cantar por não ser afinado... Entre vaias, latadas e críticas, eu resisti, me esforcei, e com minha banda Veludo Branco alcancei todos os sonhos que tive na adolescencia em relação ao rock n'roll. Gravei discos, fiz turnês, toquei com meus ídolos... Resolvi também mudar de lado, e passei a escrever sobre rock n'roll, a produzir shows, festivais e eventos, e hoje tenho mais do que poderia imaginar por causa do rock, e por intermédio dele conheci o amor da minha vida, Paula Marini.

Mal sabia eu, que aquela mulher incrível que conheci em 2004 pelas salas de bate papo do IRC seria um dia minha esposa, e mais que isso, me daria o maior presente que um homem pode receber da vida: Uma filha. Meu mundo virou novamente do avesso, e quando eu pensava que já tinha sentido tudo de extremo em relação a emoções, me veio esse presente da vida, do qual me fez enxergar a beleza do mundo em outros detalhes antes despercebidos... Tudo se tornou obsoleto a partir de então, e hoje me encontro flutuando num mar de luz, e tudo que quero e desejo todos os dias é dar o melhor de mim a minha pequena Valentina, que muito em breve estará caminhando entre nós.

Hoje completo 27 anos de vida, e se o mundo não acabar hoje, lanço o 4º disco com a minha banda – Veludo Branco -, aguardando ansiosamente as últimas 6 semanas de gestação da minha filha Valentina. Estou casado, feliz e realizado, vivendo ao lado da mulher mais incrível de todas, que me faz enxergar o mundo de uma maneira que jamais pude imaginar. Chego aos 27 querendo muito mais da vida, e ao contrário dos meus ídolos que se foram com a mesma idade, eu prefiro ser uma metamorfose ambulante, tendo fé em Deus e fé na vida, sem desistir jamais dos meus sonhos, abraçando o mundo por que sei que ele vai me abraçar também, cultivando amor, luz e exercendo sempre a arte do equilíbrio e paciência... Hoje quero saber bem mais que os meus vinte e poucos anos, e que venha o dobro, o triplo, por quero tudo que me é de direito enquanto estiver caminhando neste mundo, e sabe porque? Porque eu adoro a minha vida!

* Victor Matheus

QUERER MAIS DA VIDA

Chegamos à reta final de 2012 com muito a se comemorar, e muito menos, infelizmente, a lamentar também. Ao olharmos para as águas que passaram debaixo desta ponte, percebemos que nossa mortalidade está cada vez mais próxima do seu fim, mas também reconhecemos que tem valido a pena estar nessa longa jornada em busca da iluminação.

Durante o ano, compartilhei nestas linhas muitas confidências, novas experiências da qual estou vivenciando, principalmente, a de ser pai de primeira viagem... E dividi com o leitor meus pontos de vista em relação ao comportamento e atitudes que temos com relação à vida, a nossa jornada, e principalmente, propus mudanças em nossas atitudes para gozarmos mais da dádiva de estar neste mundo.

Ao longo das semanas tive o prazer de entrar em contato com muitos desconhecidos, e descobri que o poder das palavras vai muito além do que sabemos. Dediquei horas dos meus dias a tentar transmitir nas poucas linhas desse espaço semanal o lado bom de estar vivo, de amar as grandes e pequenas coisas, de nos reconhecermos como seres imperfeitos e propor uma nova forma de solucionar as barreiras naturais que o cotidiano impõe em nossas relações em todos os sentidos.

Acredito finalmente ter compreendido as razões que a vida teve em me trazer onde estou hoje, principalmente com relação a uma das paixões da minha vida, a escrita, a prosa. Compreendi que o divino me deu uma missão que é compartilhar luz e amor através das palavras. Compreendi que não preciso santificar minhas ações para fazer o bem, apenas fazer pela vontade, de coração aberto.

Conclui que este lugar é o meu divã. Aqui é meu jardim secreto, para compartilhar minhas loucuras e desabafar meu lado sombrio. É o lugar para dizer ao mundo tudo que sinto sem ter medo de me expor. Pouco importa se no fim de tudo, nada mudará com relação aos meus devaneios. Prefiro acreditar que por mais que sejam pequenos os passos que convoco os demais a realizarem comigo, são passos firmes em direção a um lugar melhor para nossos pensamentos repousarem. Para mim, isso é querer mais da vida, dividi-la com o próximo, partilhar para somar, para receber e para sorrir.

* Victor Matheus

ESSE TAL DE PÓS-RANCOR

Já fui, tempos atrás (na época dos IRC’S, MSN’S e Orkut’s da vida) um fervoroso adepto da vida virtual dedicando várias horas do meu dia a estar imerso nesse mundo cibernético onde as trocas emocionais são nulas e o contato físico se restringe apenas a ponta dos dedos digitando os teclados de um computador.

Chegou um tempo que me cansei dessa história. Resolvi mudar de ares, e usar as redes sociais, em especial o facebook e o agora ortodoxo email apenas para uso profissional, usando blog’s pessoais para expor meus pensamentos e idéias e compartilhá-las nestes “mundos”. Exclui contas de MSN, Orkut, flicker, twitter, e outras toneladas desnecessárias que somente ocupavam tempo demais da minha vida e me deixavam cada vez mais condicionado a viver uma fantasia high-tech. Encontrei razões muito maiores e interessantes para ocupar meu tempo, ao perdê-lo modelando meu traseiro numa cadeira sentado em frente ao computador enquanto os cabelos embranquecem.

Como um vício, sofri de abstinência, mas por fim vi que foi a melhor escolha a se fazer. Percebi depois de certo tempo, que as redes sociais, na sua maioria, mais prejudicam do que beneficiam a maioria dos seus adeptos. Sim! Pode parecer pessimista essa afirmação e talvez a maioria discorde, mas pensemos: Porque tantas pessoas adoram reclamar da vida nas redes sociais, falar mal da mulher bonita, reclamar do namorado que não dá atenção, reclamar que está solitário (a), reclamar do vizinho, reclamar da unha quebrada, reclamar, reclamar... Reclamar de tudo? Qual o objetivo afinal? Parei para analisar, e vi que a cada dez publicações tanto de twitters, como de facebook’s, sites de notícia, etc, 80% são conteúdos pessimistas, negativos que demonstram claramente como as pessoas estão insatisfeitas com suas vidas.

“Batizei” essa síndrome viral de infelicidade com um termo conhecido: Pós-Rancor. A única forma de definir num termo o que vejo diariamente para o pior mal da raça humana, que leva as pessoas a atitudes medíocres e que me faz muitas vezes ter náuseas. Quando trazemos esta realidade para a vida real, é aí que a coisa piora. Posso estar enganado, mas faça a mesma análise e constará o mesmo que eu. Laço o desafio.

Enquanto esse tal de pós-rancor contamina o cotidiano das pessoas, e satura o universo ao nosso redor de energia negativa, eu me sinto cada vez mais isolado, envolto numa bolha de luz e felicidade, porque simplesmente encontro motivos fáceis para sorrir e agradecer a vida, ao invés de chorar os males e expor minhas dores para todo mundo saber. Não vivo 24h de felicidade plena, e como uma pessoa comum, também tenho os meus problemas, meus desafios, minhas angústias e tristezas, mas ao invés de ficar lamentando, aprendi há um bom tempo a bater a poeira, me levantar novamente e seguir em frente, pois vejo somente esta, a melhor maneira, de me imunizar desse mal dos tempos modernos, que anda contaminando todo mundo... Que tal tentar o mesmo também?

* Victor Matheus