ESSE TAL DE PÓS-RANCOR

Já fui, tempos atrás (na época dos IRC’S, MSN’S e Orkut’s da vida) um fervoroso adepto da vida virtual dedicando várias horas do meu dia a estar imerso nesse mundo cibernético onde as trocas emocionais são nulas e o contato físico se restringe apenas a ponta dos dedos digitando os teclados de um computador.

Chegou um tempo que me cansei dessa história. Resolvi mudar de ares, e usar as redes sociais, em especial o facebook e o agora ortodoxo email apenas para uso profissional, usando blog’s pessoais para expor meus pensamentos e idéias e compartilhá-las nestes “mundos”. Exclui contas de MSN, Orkut, flicker, twitter, e outras toneladas desnecessárias que somente ocupavam tempo demais da minha vida e me deixavam cada vez mais condicionado a viver uma fantasia high-tech. Encontrei razões muito maiores e interessantes para ocupar meu tempo, ao perdê-lo modelando meu traseiro numa cadeira sentado em frente ao computador enquanto os cabelos embranquecem.

Como um vício, sofri de abstinência, mas por fim vi que foi a melhor escolha a se fazer. Percebi depois de certo tempo, que as redes sociais, na sua maioria, mais prejudicam do que beneficiam a maioria dos seus adeptos. Sim! Pode parecer pessimista essa afirmação e talvez a maioria discorde, mas pensemos: Porque tantas pessoas adoram reclamar da vida nas redes sociais, falar mal da mulher bonita, reclamar do namorado que não dá atenção, reclamar que está solitário (a), reclamar do vizinho, reclamar da unha quebrada, reclamar, reclamar... Reclamar de tudo? Qual o objetivo afinal? Parei para analisar, e vi que a cada dez publicações tanto de twitters, como de facebook’s, sites de notícia, etc, 80% são conteúdos pessimistas, negativos que demonstram claramente como as pessoas estão insatisfeitas com suas vidas.

“Batizei” essa síndrome viral de infelicidade com um termo conhecido: Pós-Rancor. A única forma de definir num termo o que vejo diariamente para o pior mal da raça humana, que leva as pessoas a atitudes medíocres e que me faz muitas vezes ter náuseas. Quando trazemos esta realidade para a vida real, é aí que a coisa piora. Posso estar enganado, mas faça a mesma análise e constará o mesmo que eu. Laço o desafio.

Enquanto esse tal de pós-rancor contamina o cotidiano das pessoas, e satura o universo ao nosso redor de energia negativa, eu me sinto cada vez mais isolado, envolto numa bolha de luz e felicidade, porque simplesmente encontro motivos fáceis para sorrir e agradecer a vida, ao invés de chorar os males e expor minhas dores para todo mundo saber. Não vivo 24h de felicidade plena, e como uma pessoa comum, também tenho os meus problemas, meus desafios, minhas angústias e tristezas, mas ao invés de ficar lamentando, aprendi há um bom tempo a bater a poeira, me levantar novamente e seguir em frente, pois vejo somente esta, a melhor maneira, de me imunizar desse mal dos tempos modernos, que anda contaminando todo mundo... Que tal tentar o mesmo também?

* Victor Matheus