“Uma
mente descabaçada jamais volta a ser como antes”. Esta pequena
oração, repassada de mente em mente por amigos meus, estremeceu a
um certo tempo meu modo de ver o mundo, simplesmente porque resume
perfeitamente onde minha mente e espírito se encontram no momento,
num lindo, intenso e florido orgasmo existencial.
Vivemos
numa sociedade que superestima determinados aspectos dos indivíduos,
valorizando quase que exclusivamente os status, e subjugando os
atributos abstratos inerentes a todos os seres vivos. Em outras
palavras, enaltecem mais nossas posses, nosso sobre nome, nossa
profissão, do que realmente o que se tem valor de fato em nossas
vidas, o que nós somos como indivíduos únicos, racionais e
autosuficientes.
Veja
bem, não estou aqui pregando que devemos nos abster de determinados
comportamentos comuns de nossa sociedade, afinal, as conquistas devem
sempre ser celebradas, do emprego dos sonhos, da casa própria, do
diploma universitário, do empreendimento sonhado desde sempre...
Estes méritos vem do fruto de muito trabalho, renúncia, foco e
paciência, portanto, devemos sim celebrar estas conquistas, mas por
outro lado, devemos aglutinar a este “modo de vida”, outros
aspectos que possam modificar de fato nossa visão de mundo e de
vida, aspectos estes, que se unam aos anteriores, a fim de nos
tornarmos seres mais evoluídos e integrados não somente a nossa
sociedade de forma mais digna, mas também com o nosso planeta, o
nosso universo, vibrando em frequências mais leves de espírito, que
por sua vez, sejam também tão estimadas quanto os valores atuais
impostos pelos padrões de comportamento que somos praticamente
obrigados a nos inserirmos para nos adaptar a vida atual nos centros
urbanos.
Por
fim, aonde quero chegar com estes rodeios filosóficos? Simples, tal
qual os versos da canção “Um dia me disseram que as nuvens não
eram de algodão, sem querer eles me deram as chaves que abrem essa
prisão”, nossas mentes, quando se abrem para o mundo visível e
invisível nunca mais retorna ao que era antes, por isso permita-se
mais, experimente mais, arrisque mais... Temos certeza apenas do
agora, o futuro continua sendo um bilhete premiado. Não espere pro
amanhã o que pode se devorar hoje. Não sabemos o que acontecerá na
próxima esquina, por isso embarque já numa nuvem de algodão, e
viaje pela vida sem medo de ser feliz.
* Victor Matheus